Precisamos falar de etarismo no mercado de trabalho
- Ana Luiza Faria
- 14 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Por: Ana Luiza Faria
O processo de envelhecimento é algo natural e inerente a todos, porém vivemos em uma sociedade onde pessoas de idade mais avançadas ainda são vistas de forma inferior e incapaz.
Essa visão deturpada é chamada de etarismo, acontece não somente, mas principalmente no mercado de trabalho, estereotipando os idosos, dando a entender que os mesmos não são mais capazes de exercer algo simplesmente por ter uma determinada faixa de idade, é um preconceito que prejudica demais a diversidade nas organizações.
As atitudes preconceituosas podem acontecer de maneira individual ou por meio de políticas e práticas organizacionais.
Em muitos processos seletivos, por exemplo, o etarismo não é anunciado, mas sim ocultado.
Como assim Ana?
Geralmente nos anúncios das vagas, não há nada que indique a rejeição de profissionais acima dos 40 ou 50 anos.
Porém, os recrutadores dispensam os currículos enviados pelos candidatos de mais idade, sem nem ao menos entrevistá-los.
Quando são chamados para as entrevistas, normalmente perdem a vaga para um profissional mais jovem que na maioria das vezes não possuem ao menos as mesmas qualificações, competências e habilidades que os profissionais mais experientes possuem. Esse tipo de recrutamento e seleção não é, nem de longe, diversa e inclusiva.
A longo prazo o etarismo pode trazer sérias consequências ao profissional, principalmente em termos de saúde mental, quem sofre esse tipo de discriminação tende a perder a qualidade de vida, sente-se inseguro principalmente em termos financeiros, geralmente entra em um processo de isolamento, causando muitas vezes solidão e morte prematura.
Nas empresas, o impacto é na produtividade e satisfação do profissional. É comum surgirem doenças emocionais como: a depressão, burnout ou ansiedade generalizada.
É importante e urgente iniciarmos boas práticas de combate ao etarismo, pois os jovens de hoje são os idosos de amanhã, a luta contra a discriminação no mundo corporativo é essencial para o sucesso futuro desses profissionais. Do contrário, teremos uma geração de trabalhadores com saúde física e mental deterioradas, de baixa autoestima e muito vulneráveis.