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Riquezas invisíveis: Uma reflexão sobre o valor das coisas.

  • Foto do escritor: Ana Luiza Faria
    Ana Luiza Faria
  • 17 de jan. de 2024
  • 2 min de leitura

Por Ana Luiza Faria

Riqueza invisíveis

Vivemos em uma busca incessante por conquistas e realizações, sonhando com o que parece inalcançável. Desejamos uma casa, uma família, uma carreira de sucesso, sem compreender completamente o significado dessas aspirações. No entanto, quando finalmente conseguimos alcançar esses objetivos, é comum nos perdermos nas complexidades do cotidiano, esquecendo-nos de apreciar o presente que, um dia, foi apenas um sonho distante.


Às vezes, conquistar o que desejamos pode nos levar a encarar nossas realizações como fardos, em vez de dádivas. A casa tão almejada torna-se um peso quando reclamamos das tarefas rotineiras, esquecendo-nos de que, para muitos, ter um lar é apenas um sonho distante. Os filhos, frutos de um desejo profundo, podem ser vistos como fonte de preocupações, quando, na verdade, são a manifestação tangível do amor e da continuidade da vida.


Refletir sobre a transformação de nossos sonhos em realidade é essencial para reconhecer a abundância que muitas vezes negligenciamos. Cada conforto em nosso lar, cada instante de paz, deve ser encarado como um presente que, por um tempo, existia apenas em nossos pensamentos mais otimistas. O banho quente, que agora parece trivial, é um luxo para aqueles que ainda sonham com um mínimo de comodidade.


É fácil cair na armadilha de reclamar do que antes tanto desejávamos. No entanto, ao fazer isso, perdemos a chance de saborear as delícias da vida cotidiana. A consciência de que nossas conquistas foram obtidas com esforço e determinação é a chave para não tratar nossos privilégios como fardos. Negar a nós mesmos a alegria de apreciar o lar aconchegante, o banho quente e outras dádivas que agora fazem parte do nosso dia a dia é desperdiçar a oportunidade de valorizar verdadeiramente as bênçãos que a vida nos concedeu.


Contudo, ao permitir que as queixas obscureçam a beleza do presente, corremos o risco de transformar o que conquistamos em um fardo insuportável. O lar, que um dia foi apenas um desejo ardente, torna-se um território de reclamações sem fim. A família, que representava a essência de nossos sonhos, é muitas vezes reduzida a uma série de responsabilidades irritantes.


É crucial lembrar que a vida é repleta de ironias, e aquilo que ansiamos arduamente pode, com o tempo, ser encarado com indiferença. É necessário cultivar uma perspectiva que transcenda a superficialidade das queixas diárias e nos faça enxergar o extraordinário no ordinário.


Valorizar as conquistas não significa ignorar as dificuldades, mas sim reconhecer que até mesmo os obstáculos são testemunhas da jornada única que cada um de nós percorre. Portanto, que possamos redescobrir a maravilha nas pequenas coisas, no calor do lar, na simplicidade de um banho quente, e nos desafios que moldam a nossa jornada.


Ao fazermos isso, não apenas celebramos nossas realizações, mas também cultivamos uma apreciação mais profunda pelo caminho que percorremos. Que nossos sonhos, uma vez distantes horizontes, não se percam nas reclamações do cotidiano, mas floresçam como lembranças vivas de uma jornada singular e extraordinária.

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